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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Festa Surpresa

O que faz um evento correr bem é a sincronicidade do cliente e a nossa. É a confiança mútua de pedir um serviço e fazer uma devolutiva deliciosa, com preço justo e bom serviço.


Ele me ligou na segunda feira. Assunto urgentíssimo, dizia. Estava agitado, queria fazer uma festinha surpresa para ela, chamando um pequeno grupo de amigos.
Cardápio ? Que fosse a cara dela, coisinhas para petiscar.

   canapé de gravlax no pão preto, creme de ricota e dill

Ele a tiraria de casa sob um pretexto qualquer.
A noite estava quente, os amigos chegavam e eram recepcionados com bebidas geladíssimas.  

Silêncio, luzes apagadas, elevador parando.
Todos amigos brindando à felicidade dela. Ele, muito feliz por ter proporcionado essa alegria inesquecível. Mesmo após tantos anos juntox,s, ele ainda a surpreende.
..........................
Mensagem dele no dia seguinte : Queridos, simplesmente inesquecível ! Há muito não me sentia tão especial pelos amigos que me cercam.
"P." você não é uma parte importante na minha vida, você é o que dá sentido ao todo.

Não é preciso dizer mais porque nosso trabalho dá prazer. É poder proporcionar momentos como esses, que ficarão para sempre.

domingo, 23 de outubro de 2011

11 motivos para falar com a Irene


1 - Preciso levar uma sobremesa de respeito para o almoço na sogra.
2 - Quero surpreender e levar um prato diferente para o almoço na casa de amigos.
3 - Receberei um grupo de amigos para jantar e quero um menu personalizado.
4 - Receberei um grupo de amigos, quero um menu personalizado e a Irene preparando na hora.
5 - Meus amigos e eu queremos ter uma aula de comida japonesa ( por exemplo ).
6 - Viajarei no feriado e gostaria de levar alguns pratos congelados.
7 - Minha empregada está de férias e a geladeira, vazia.
8 - Nessa semana preciso emagrecer e gostaria de receber kits de comida mais leve, saudável e que seja bastante apetitosa.
9 - Nessa semana minha família viajou, estou sozinho em casa e quero enfiar o pé na jaca.
10 - Não agüento mais a comida da empregada.
11 - Na verdade, não agüento mais a comida da minha mulher.


segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Caipirinha de Garapa



Se você usa adoçante em caipirinha, pode parar de ler porque a glicose vai gritar.
Neste sábado de manhã fui ao Varejão do Ceagesp e como sempre, dou uma paradinha na barraca de pastel e na de caldo de cana. Uma do lado da outra. Estrategicamente. Quando comecei a fazer esse pit stop, ficava num misto de sentimento de culpa e felicidade por enfiar o pé na jaca logo cedo. Mas depois, um amigo budista “profissional” - por acaso ele é monge – me consolou e mandou assumir . Quer saber ? Pra quem malha 2 x por semana, se acaba na esteira e depois na musculação, merece ser feliz.

Não sei o nome dela, nem ela o meu. Eu a chamo de “Obasan”, que em japonês ( o parco vocabulário que sei ) quer dizer “Senhora”, e ela, de “Nitchan”, algo como “filhinha”. Já temos alguma intimidade. Quando passo em frente ainda com as compras, ela já me abre o sorriso e dá bom dia. Depois volto e faço o lanchinho. Foi lá que descobri uma mistura espetacular : garapa com gengibre. Como nunca vi isso antes ? Aquele ardido para rebater o açúcar que pega na garganta. “Antibiótico natural” ela acrescenta. Endosso. Me sinto melhor depois de ter devorado um pastel de broto de bambu ao lado. Aliás esse recheio é outra coisa que só tem no Ceagesp.

A continuação foi em casa. Experimento que deu certo:

Caipirinha de Garapa com gengibre

2 limões tahiti pequenos ou 1 grande
1 colher de chá de gengibre bem ralado ou micro picado ( quantidade a gosto )
6 a 8 cubos de garapa congelada ( fazer no tabuleiro de gelo )
Vodka a gosto ( achei que cachaça ia ser overdose de açúcar )
1 dedo de garapa para ajudar na diluição do começo.

Cortar o limão em 4 partes, amassar com o pilão juntando o gengibre. Acrescentar os demais ingredientes e mexer bem, de preferencia num “shaker” .

Quem se habilitar, comente o resultado.


quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Jantar de Rosh Hashaná

Fui convidada a pilotar um jantar para 20 pessoas, que comemorariam o Rosh Hashaná, ano ano judaico.

Se há uma religião onde comida é um elemento sempre presente, é a judaica. Tanto é que a quantidade de piadas de mãe judias achando que os filhos e netos estão sempre magrinhos é imensa.

Nos rituais das rezas das festas judaicas há sempre uma comida simbolizando um desejo de coisas boas, o perdão, etc.

Acho essa simbologia bonita; mesmo que em alguns momentos a conexão seja numa espiral a perder de vista : as nozes por exemplo são proibidas nessa comemoração não porque o alimento representa algo negativo. Mas porque a PALAVRA nozes em aramaico ( antiga língua da época de Moisés, Jesus e cia ) é “egoz “que por sua vez possui o mesmo valor numérico de “chet”, que por sua vez significa pecado, em outras literaturas, amargo. Enfim, uma viagem.

O evento tinha um elenco interessante : um grupo não necessariamente de judeus, mas comemorando o ano novo judaico, todos estudiosos da Cabala, num jantar pilotado por uma japa que já tinha participado de muito mais ritos da “colônia” do que os próprios anfitriões, um casal recém-convertido ( ele foi “resgatado “ às origens, e ela, abraçou a causa ).

Tudo correu bem, champagne abrindo os trabalhos com aperitivos árabes ( afinal era uma noite de coexistência ), rezas com todo o procedimento, e depois, o jantar em si. Entre outros, foi servido kibe de peixe com molho de tahine - já provaram ? está nas “encomendas” no blog.




sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Mensagem de Yom Kippur

Amigos, compartilho esta reflexão de meu amigo Sergio Storch sobre a data máxima do calendario judaico.

Memória, identidade, história. O Yom Kippur faz pensar no papel que os judeus têm a desempenhar. Nada de povo eleito (se há mitos tóxicos, este é dos maiores), mas a capacidade de preservar e renovar significativamente a memória é uma construção social que, se peles vermelhas e yanomamis a tivessem tido, hoje a humanidade estaria melhor. Está em tempo de agir para que nunca mais algum outro povo perca a memória, todos preservem seus mitos e tradições, e para que todos estejam unidos na diversidade que precisamos ter no mundo. Dedico este pensamento a um mestre, José Rubens.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

O Começo


Quase todo mundo que parte a cozinhar profissionalmente, depois de já ter rodado o mercado em outras áreas, começa em casa, para a família, depois os amigos, e quando se dá conta, o batalhão começa a aumentar exponencialmente.
Lembro do meu mecânico reclamando que quando viaja com a turma de amigos, se der problema no carro, até coisas simples como trocar pneu, sobram pra ele, como SE mais ninguém soubesse.
Comigo não foi diferente, porém com o tempo passei a ficar obsessiva segundo uma amiga – psiquiatra por sinal. Nem cortar os legumes eu deixava ( continuo não deixando ), no máximo lavar e secar saladas ( com a centrifuga própria, por favor ) . E lavar muita louça.
Meu consolo foi descobrir que não era a única mulher que preferia sair às compras na Paula Souza do que bater perna no Iguatemi ( para hor-ror de uma de minhas filhas ). Durante o ano que passei na Escola de Cozinha Wilma Kövesi  convivi com pessoas que partilhavam a paixão de esquentar a barriga no fogão ao invés de queimar os olhos diante de um monitor o dia inteiro por exemplo. Ou torturar o paciente com motorzinho de dentista.
Agora é ida sem volta.
Aos amigos cobaias ( impossível nomear todos pois geraria uma crise de ciúme à italiana que perduraria por gerações ), à D.Tina, pela genética e experiência culinária, à D. Tuna, sogra judia e libanesa, pela paciência em explicar os segredos de sua comida ( será que contou mesmo todos os pulos do gato ? ), às meninas Paula, Júlia e Clara, minhas meninas queridas. E ao responsável pelo empurrão e sempre incentivador, sempre e sempre companheiro de todas as horas, Biel, muito obrigada pelo apoio.