ENCOMENDAS

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O velho e bom Marais, Rue des Rosiers

Tentei conhecer um restaurante com pegada israelense moderna, fora do circuito central, mais afastado, no 17ème,  recomendado por uma revista de gastronomia francesa. No começo do ano não tive tempo e deixei para ir com calma desta vez.

Fechado para Sucot

Não nos demos conta e fomos num dia que coincidia com final do feriado judaico de Sucot. Azar. Voltamos em outro. Mesmo dentro do horário de funcionamento, "aprendi" com a chef - que estava com a bolsa a tiracolo, pronta para sair - de que deveria ter chegar com UMA HORA E MEIA de antecedência - meus quarenta e cinco minutos foram poucos.  Mesmo argumentando que era brasileira, era minha TERCEIRA tentativa de ir lá etc e tal, recebemos um "je suis desolée", nem um sorriso, NADA. E ainda uma chamada :  "vocês, estrangeiros, deveriam ligar antes" (!). Isso vindo da boca da PROPRIETÁRIA, não de um funcionário, o que é pior. Sai de lá bufando, como uma boa parisiense.
Tenho certeza que muitos, ou pelo menos alguns, chefes imediatamente tentariam ser agradáveis, oferecendo alguma coisinha pelo trabalho inócuo das idas infrutíferas, seriam simpáticos. Ou será que estou sendo Pollyana? 
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O bom e agradável Marais. É para lá que rumamos no dia seguinte em busca de boa comida judaica : Rue des Rosiers e arredores.

Chez Marianne
"Le Marais" continua sendo um bairro parisiense charmosíssimo, cheio de lojinhas bacanas, restaurantes, brasseries, pâtisseries, cafés, gente  flanando pelas ruas estreitas, forte presença judaica (e do mundo gay também). Entre as delícias askenazi (judaica européia), o Chez Marianne se mantém firme, vitrine de encher os olhos, lotado. Mas optamos por outro em frente, mais tranquilo.
La Boutique Jaune de Sacha Finkelsztajn
Mais familiar também. Rimos muito pois o atendimento lembrava muito o "nazista da sopa", personagem ícone do seriado Seinfeld. Em ambos os casos, você é fortemente dissuadido de ter escolhas próprias e deve "obedecer" as sugestões do atendente (!).
 No balcão você "escolhe" (se deixarem) as combinações dos recheios para o seu bagel. Ainda não entendo o porque a proibição de importação de papoula no Brasil. Opiáceo ?
 Voltarei lá para experimentar o arenque que estava com uma cara ótima !

Outro lugar a rever : a fila enorme é para comprar falafel (casher, mas pouco importa para a maioria dos clientes, apesar dos ortodoxos montarem uma mesinha ao lado para oferecer rezas e tifilin)
   
final do dia foi um clássico : paradinha no Jardin de Luxembourg. Compramos dois docinhos maravilhosos (strudel de nozes e maçãs e outro de amendoas) no Pâtissier Marciano, também casher e com aquele atendimento que me lembrava muito os israelenses (os genuinos).








sexta-feira, 26 de outubro de 2012

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Noura - restaurante libanês em Paris


Conhecer o Noura foi uma experiência muito agradável. Solícitos e simpáticos desde a reserva por telefone até a saída. Inclusive reservar lugar em Paris, à noite principalmente, é bem recomendável, a menos que você queira arriscar a levar um bom "je suis desolé" na cara. 

Não é uma casa pequena, são amplos, possuem varias unidades e atendem também para eventos. Fomos no Opéra, na próxima quero ir no Institut du Monde Arabe que tem uma uma vista linda. ( http://www.imarabe.org/restaurants )
Voltando à comidas : pedimos 3 menus para 4 pessoas. Super suficiente. 
O tabule daqui segue uma linha mais tradicional : MUITA salsinha, hortelã, tomate e pouquissimo trigo. Os kibes, esfihas, homus de grão de bico, tudo muito bem servido.
O  sambousek ("pastel de queijo") era muito diferente do que eu conheço, formato triangular, recheio super cremoso, delicado, com chèvre ! -queijo de cabra- (ao contrário da versão meia cura, mais seca e forte) e com tomate picado em cima (!). Na hora até ligamos pro Brasil para comentar com a sogra, minha consultora gastronômica de comida árabe!
Gostei das sementes de romã em cima do homus de berinjela; a moujadara (berinjela com arroz) versão parisiense, pouco arroz e muito mais úmido.  Ainda tinha kafta grelhado, fatouche..
Os docinhos, ótimos !
Na hora de ir embora, o garçon, super amável, fez questão de ajudar a por nossos casacos; além de ser libanês da gema, era aqueles das antigas, que gosta do que faz e o faz muito bem.


Noura
29, bd des Italiens - 75 002 Paris - 01 53 43 00 53 - Métro Opéra
de 11h45 à 23h00 de domingo à quinta; até 23h30 sexta e sábado
e mais outros endereços
www.noura.com

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Literatura Gastronômica

Adorei chegar em casa de viagem, justamente da França, e saber que tinha um livro delicioso só de queijo de cabra me esperando. 
 Chegou inteirinho, mesmo tendo atravessado o Atlântico e ter sobrevivido as intempéries - vamos dizer assim - do nosso atual sistema de correio.
A contra capa do livro diz tudo : "na França, o queijo de cabra não é um queijo, é uma paixão". Além de falar das regiões produtoras (Poitou-Charentes, Centre, Bourgogne, Rhône-Alpes, Provences-Alpes-Côte d´Azur, Grand Sud-Ouest (Languedoc-Roussillon, Midi-Pyrénées-Aquitaine)
`
 ainda da receitinhas deliciosas, um charme só : espetinhos de morangos recheado de pouligny st pierreuma preciosidade, no mel e alecrim.
Melhor ainda foi a surpresa de ter sido contemplada num sorteio!Para mim, que sou super cética a qualquer promoção, dei o braço a torcer.
Nesse ano, comprei e ganhei vários livros de comida bem interessantes, voltaremos a falar sobre isso. No próximo post, novas dicas de Paris. 






terça-feira, 2 de outubro de 2012

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Guardando ervas aromáticas

Depois que conhecemos melhor as ervas aromáticas e como elas agregam sabor e perfume as comidas, a tentação de sair comprando maços e maços é muito grande, principalmente se for na feira ou varejão onde os preços são bem menores que os praticados nos supermercados, além da qualidade imbativel. Mas usar tudo aquilo num periodo relativamente curto é missão quase impossível pois eles vão perdendo o viço e a frescura.
Já vi postagens com sugestões para congelar em azeite para uso posterior 
(nunca tentei). A técnica de "branquear" é recomendada nesses casos. Consiste em lançar as folhas (higienizadas previamente) em água fervente abundante, deixar uns dois minutinhos e imediatamente colocar num bowl 
(ou vasilha) com água bem gelada (com pedras de gelo inclusive) . Esse choque térmico para o cozimento e mantém sabores e cores. Bom também para brócolis, aspargos, etc. Mas por acaso acabei criando um recurso muito simples que dá uma sobrevida maior  aos temperos.
Forre um recipiente plástico com tampa ("tuperware") com um pano descartável novo ("perfex") e depois guarde os temperos ai, arrumados, sem os sacos plásticos, elásticos, nada que aperte ou abafe as folhas.
O pano, que absorvera eventuais liquidos que se soltem, evitará que as folhas "grudem" no plástico, ao mesmo tempo manterá a umidade e protegerá da temperatura baixa da geladeira. Dependendo do frescor e tipo da erva, é possível te-los frescos por mais de uma semana. Bora experimentar ?