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quinta-feira, 17 de maio de 2012

Confesso que gosto de miojo


O pai do Miojo
  
Já me perguntaram se eu deixo minhas filhas comerem miojo.  
Confesso que eu gosto. A garotada descobriu que cru vira um aperitivo. Claro, porque é frito e depois desidratado, dai fica parecendo salgadinho. Imagino que Momofuko Ando não tinha pensado nisso nos anos 50  quando inventou o ícone da cozinha trash.

Eu como muito de vez em quando e me limito ao sabor legumes ou carne. Galinha ou molho cremoso de tomate, nem pensar.  Quando elas eram menores, eu ainda ralava uma cenoura, uma batatinha, colocava uma acelga para deixar a coisa menos química, mas com o tempo fui vencida pelo trash.
Trash pra ser bom, precisa ser original, sem aditivos naturais.

E conforme as meninas foram crescendo, essa era a comida da autonomia : fazer seu próprio miojo. Ainda bem que já migraram para o barilla.

Alguns chefes já me confessaram esse prazer proibido; eles comem sozinhos em casa, na madrugada, quando ninguém está vendo. Depois de uma jornada inteira na frente do fogão, nada como um miojo reconfortante.

Mas esse prazer às vezes é partilhado publicamente, nem sempre de forma voluntária. Uma amiga, médica, que vive entrando e saindo de plantão sem tempo pra nada, me contou que quando sua filha era pequena, teve de ir participar daqueles “dia das mães na escola”. Cada pimpolha tinha feito um cartaz enaltecendo as qualidades da mami. Então ela não sabia se ria ou chorava quando viu em letras garrafais : “ MINHA MÃE FAZ O MELHOR MIOJO DO MUNDO “ !

Esse post foi para a Diva.

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