O pai do Miojo
Já me perguntaram se eu deixo minhas filhas comerem miojo.
Confesso que eu gosto. A garotada descobriu que cru vira um
aperitivo. Claro, porque é frito e depois desidratado, dai fica parecendo
salgadinho. Imagino que Momofuko Ando não tinha pensado nisso nos anos 50 quando inventou o ícone da cozinha trash.
Eu como muito de vez em quando e me limito ao sabor legumes
ou carne. Galinha ou molho cremoso de tomate, nem pensar. Quando elas eram menores, eu ainda ralava uma
cenoura, uma batatinha, colocava uma acelga para deixar a coisa menos química,
mas com o tempo fui vencida pelo trash.
Trash pra ser bom, precisa ser original, sem aditivos
naturais.
E conforme as meninas foram crescendo, essa era a comida da
autonomia : fazer seu próprio miojo. Ainda bem que já migraram para o barilla.
Alguns chefes já me confessaram esse prazer proibido; eles
comem sozinhos em casa, na madrugada, quando ninguém está vendo. Depois de uma
jornada inteira na frente do fogão, nada como um miojo reconfortante.
Mas esse prazer às vezes é partilhado publicamente, nem
sempre de forma voluntária. Uma amiga, médica, que vive entrando e saindo de
plantão sem tempo pra nada, me contou que quando sua filha era pequena, teve de
ir participar daqueles “dia das mães na escola”. Cada pimpolha tinha feito um
cartaz enaltecendo as qualidades da mami. Então ela não sabia se ria ou chorava
quando viu em letras garrafais : “ MINHA MÃE FAZ O MELHOR MIOJO DO MUNDO “ !
Esse post foi para a Diva.
gostei de conhecer o momofuko ando...já virou meu idolo...
ResponderExcluirfujiro nakombi.
hahahahahaha
Excluirhahah ótimo post, adorei
ResponderExcluirAdorei.
ResponderExcluirAdorei.
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