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quinta-feira, 2 de março de 2017

O primeiro alho poró a gente nunca esquece


Morei em casa com quintal durante muitos anos. O cenário já estava pronto e praticamente só fazia manutenção do que existia, deixando a natureza tomar seu curso.
Quando decidi mudar para apartamento, sabia que ficaria aflita rodeada de pisos de cerâmicas, porcelanatos e afins, sem o verde da grama, dos seixos marrons, das flores do ipê, da falsa vinha que cobria o muro, dos passarinhos coloridos que sempre apareciam para procurar alguma frutinha das árvores. Mas aos poucos fui reconstruindo meu quintal, e me dei conta que está sendo muito mais prazeroso, pois começar do zero foi e tem sido uma motivação.


Como a  horta. Ainda está pequena, mas plantar, cuidar, ver crescer, sofrer com as intempéries - sol, calor, chuva, seca, vento, insetos, pragas - aprender com os erros e acertos, ficar feliz só por encontrar uma joaninha de manhã é algo absolutamente impagável. 

Essa semana colhi o primeiro alho poró, que virou recheio de uma quiche. O processo de ter plantado, cuidado, colhido e ter transformado num alimento delicioso exigiu paciência, trabalho, dedicação, frustração, esforço. Mas como todo recomeço,  é uma motivação para ajustar os prumos, aprender e se aprimorar, sempre.



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